VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (118)
Na vivência mediúnica de hoje prosseguimos na história dos guerreiros que, na sua tela mental, apenas repetiam a mesma batalha.
Uma reflexão que nos convida para o debate, para o confronto, para o enfrentamento com a nossa fé. Sim... Um momento em que poderemos refletir sobre o que acreditamos e enfrentarmos, com coragem, o motivo, o que nos levou a acreditarmos em nossas crenças.
Desejamos coragem para todos.
VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (118)
Prossigo com o tema da semana anterior. Despertei no dia seguinte com algumas lembranças das tarefas desenvolvidas no desdobramento do sono, instigada com o comportamento militarizado e rigoroso do grupo de guerreiros.
A maioria deles só aceitou o auxílio porque o chefe indicou. Pensavam estar de passagem naquele acampamento para tratar das feridas do corpo, alimentar-se e fortalecer-se.
O descanso seria breve, porque tinham uma tarefa a cumprir e que não tinha sido encerrada.
Muitos deles foram recolhidos para treinamento ainda crianças, e raros eram os adolescentes aceitos. Estudavam as suas leis sagradas, oravam e praticavam lutas. Tinham uma vida casta e praticamente enclausurada até determinada idade.
Submetidos a uma rigorosa disciplina, e após anos de treinamento, achavam-se realmente muito especiais, diferentes dos demais, a elite guerreira do mundo por eles conhecido.
Tinham um código de conduta moral a seguir e por isso lutavam pela sua fé, não procuravam ouro ou glórias consideradas mundanas. Não destruiriam lares habitados, não matariam crianças, mulheres e anciãos.
Consideravam-se “soldados” e desprezavam os assassinos. Davam suas vidas à sua causa. Porém, como o “céu idealizado” não era alcançado e não encontravam nas suas memórias episódios em que tivessem se desvirtuados dos seus caminhos, percorriam a mesma jornada, refazendo mentalmente as cenas das batalhas e, inconformados, retornavam à mesma jornada.
Esses grupos de guerreiros militarizados frutificaram-se principalmente após a primeira cruzada.
Refleti que no mundo ocidental europeu, muitos dos primeiros cruzados também se consideravam guerreiros especiais, honrados e dispostos a sacrificar-se pela sua “nobre” causa.
Mas, infelizmente, essa educação sectária e alienante ainda existe no mundo contemporâneo. Fiquei a pensar nas crianças e jovens ouvindo as “verdades prontas” durante anos a fio, numa verdadeira lavagem cerebral. Sem direito a questionamentos, ao devaneio sadio e à filosofia, são privados do diálogo argumentativo. Essa é a fé cega, que cria vendas aos olhos, tampões aos ouvidos e embota o pensamento.
Alimentado o mito do guerreiro interno, salvacionista e extremamente devotado à sua fé, o ser ignora ou embota seus sentidos interiores. O vencer a si mesmo, num sentido ético abrangente, no autoconhecimento, torna-se o ser apenas material, disciplinado por uma doutrina dogmática, e daí torna-se “armas humanas”. O guerreiro externo é então manipulado por um jogo de interesses egoístas, pelo poder e cobiça de grupos que desconhecem.
Tenho comiseração pelos que são privados do estudo, da história, da informação, dos seus direitos básicos, e dentre estes está o direito de relacionar-se com o seu Deus Interno, com a sua chama sagrada.
Aprendi com essa vivencia os perigos da fé cega, do antigo “temor a Deus”, do castigo dos céus.
O Criador é Amor, e a educação do novo homem que desperta neste terceiro milênio incluirá a religiosidade transreligiosa, a religião do respeito, inclusão e diversidade.
O conhecimento religioso externo ético poderá ser propagado e escolhido, não mais imposto. A vivência pessoal da religação com o divino em nós mesmos continuará sendo individual e livre.
“A paz não pode ser mantida à força. Somente pode ser atingida pelo entendimento."
Albert Einstein
“Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova”.
Mahatma Gandhi
“Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.”
Allan Kardec
Muita Paz para todos nós.
Francesca Freitas
19-11-2012