VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (120)

06/12/2012 06:58

 

A Vivência Mediúnica de hoje relata um atendimento que evidencia o apego, simbolizado num objeto inusitado.

Algumas vezes, comentamos sobre os apegos, da busca material, do acumulo do “ter”.

No caso relatado na vivência de hoje, em particular, nos faz refletir sobre o que é realmente necessário, material e espiritualmente falando.

Reflitamos no que o “ter” vem impedindo o nosso contato com o “ser”.

Um excelente dia para todos.

 

 

VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (120)

  

Hoje relato um atendimento que evidencia o apego, simbolizado num objeto inusitado. Algumas vezes, comentamos sobre os apegos, da busca material, do acumulo do “ter”. E este caso em particular, me fez refletir sobre o que é realmente necessário, material e espiritualmente falando.

 

Tinha acabado de atender, nesta noite, alguns membros de uma família que faleceram soterrados após um desabamento provocado por fortes chuvas, aqui mesmo, em Salvador. Logo após o socorro ser prestado sem maiores dificuldades, aproximou-se um senhor idoso, com muita dificuldade para expressar-se. 

 

A oração e o passe espiritual surtiram devido efeito e visualizei, na minha tela mental, um senhor com idade aparente de setenta e poucos anos, magro e com trajes esfarrapados.

Disse que morava perto da casa que tinha desabado, num “barraco” próximo ao barranco que cedeu sobre a enxurrada, e viu nosso grupo. Revelou ter nos chamado para ajudá-lo, mas que parecia que não o escutávamos.

Estava inquieto e um pouco irritado com a nossa demora e dizia: “Parece que ninguém me ajuda, nem quer vir até aqui, já gritei demais, estou rouco!”

Relatou já ter visto outras pessoas lá perto, e estas queriam que ele saísse de onde estava, mas ele não ira sair não, e “ainda mais de mãos vazias”.

Disse que não desistiria, pois tinha que salvar alguns dos seus objetos e a única ajuda que precisava era a de retirar de sob os escombros o que fosse possível salvar.

Dizia estar com frio e muito cansado, mas tinha que proteger seus pertences. E tentava cavar a terra para ver se tinham panelas ou outros objetos. Não havia nada em bom estado.

A outrora habitação precária e humilde era, para ele, o seu palácio.

 

- “Foi a primeira casa só minha, de mais ninguém. Aqui não pagava aluguel.

Moro sozinho, tudo foi comprado com meu suor, a aposentadoria é pouca. Estava juntando o material para arrumar, os blocos para construir aos poucos, mas compro tudo novamente.

Já tava tão perto...”

 

Num breve momento em que o senti mais receptivo, pedi-lhe para nos acompanhar, pois estávamos numa caravana para resgatar os feridos neste incidente, e que ele teria que ir até um posto médico para fazer os devidos curativos, alimentar-se e descansar.

Não adiantou muito.

Ele olhou em volta e, desolado, disse: “a gente luta a vida inteira e a chuva leva tudo, estou quase no fim da vida e agora?!”

Estava revoltado e choroso. Compadecida com sua situação, disse que o entendia e o envolvi em amorosidade. Aquietou-se e acalmou-se.

Observei a ação da Misericórdia Divina, como pequenos raios luminosos a cair suavemente sobre esse Espirito.

 

Já estava convencida que ele iria conosco, quando ele disse: “ Tá bom, eu vou, mas vou levar a minha pia nova, branquinha que eu tinha comprado. Só sobrou ela inteira, não tenho mais nada além da minha pia e vou levar ela pra aonde for”.

Visualizava-o agarrado a uma pia branca, que podia carregar nos braços como uma criança com um brinquedo valiosíssimo para ela, ou até mesmo de uma mãe com um filho no colo.

Percebi que não arredaria o pé daquele local sem sua “pia” e, intuída pelos Trabalhadores Espirituais da casa, aquiesci. Disse que carregaríamos a sua pia, que seria guardada num local do nosso Hospital, e quando ele melhorasse a teria de volta. Aí ele sorriu e passou a ver os integrantes espirituais da equipe, aceitou a ajuda e nos despedimos, quando ele seguiu com a Equipe.

 

Vamos refletir sobre o pouco e o muito nas nossas vidas, e agradecer a DEUS por tudo que temos, por uma vida relativamente confortável, e principalmente que nos ajude a observar a transitoriamente do “ter”. Mesmo que esse “ter” tenha sido obtido com suor e sacrifícios. Para uns é um carro, um apartamento, livros, quadros, terras, uma conta bancária recheada, joias e etc, e para o nosso Amigo era a “pia”.

 

Lembrei do velho adágio popular: O que é pouco para alguns é muito para outros e o que é muito para alguns é pouco para outros.

O que é adequado para a nossa medida?

 

Muita PAZ para todos nós.

Francesca Freitas

05-12-2012

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