VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (122)
Na semana passada, falamos de um aporto espontâneo, o que trouxe, ao nosso site e a nossa colunista, inúmeras reflexões.
Assim, a Vivência Mediúnica de hoje consiste no recorte de alguns textos selecionados sobre o tema.
Esperamos que todos apreciem as passagens escolhidas.
Muito amor no coração de todos.
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VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (122)
O relato da semana passada me instigou a reflexões diversas.
A princípio, o Espírito que se colocava como uma vítima revoltada, mergulha na sua história passada para reconhecer, não muito facilmente, seu papel de algoz. Daí desencadeia um processo de reavaliação da sua consciência mais profunda. No seu caso, a negação do erro pretérito, levado a zonas mais distantes da consciência, funcionava como um esquecimento conveniente ao egoísmo.
Em seguida pensei sobre os mecanismos da própria reencarnação, do imenso trabalho das muitas “mãos luminosas e invisíveis” que nos encaminham a todos para uma oportunidade evolutiva na carne, como a que foi dada à esse Espírito. Aqui observei bem a Misericórdia Divina, que absolutamente a todos contempla.
Como nada se perde no Universo, também procurei esclarecimentos acerca do aborto em tais circunstancias e partilho com vocês alguns textos selecionados.
No livro “Ação e Reação”, André Luiz visita a "Mansão Paz", descrita como notável escola de reajuste, dirigida por Druso, trabalhador abnegado e amigo, que numa palestra tece considerações sobre a reencarnação e a lei de causa e efeito, no capítulo II:
Comentários do Instrutor
“Irmãos, continuemos hoje em nosso comentário acerca do bom ânimo.
Não me creiam separado de vocês por virtudes que não possuo. A palavra fácil e bem posta é, muita vez, dever espinhoso em nossa boca, constrangendo-nos à reflexão e à disciplina. Também sou aqui um companheiro à espera da volta.
A prisão redentora da carne acena-nos ao regresso. É que o propósito da vida trabalha em nós e conosco, através de todos os meios, para guiar-nos à perfeição. Cerceando-lhe os impulsos, agimos em sentido contrário à Lei, criando aflição e sofrimento em nós mesmos.
No plano físico, muitos de nós supúnhamos que a morte seria ponto final aos nossos problemas, enquanto outros muitos se acreditavam privilegiados da Infinita Bondade, por haverem abraçado atitudes de superfície, nos templos religiosos.
A viagem do sepulcro, no entanto, ensinou-nos uma lição grande e nova - a de que nos achamos indissoluvelmente ligados às nossas próprias obras. Nossos atos tecem asas de libertação ou algemas de cativeiro, para a nossa vitória ou nossa perda.
A ninguém devemos o destino senão a nós próprios.
Entretanto, se é verdade que nos vemos hoje sob as ruínas de nossas realizações deploráveis, não estamos sem esperança. Se a sabedoria de nosso Pai Celeste não prescinde da justiça para evidenciar-se, essa mesma justiça não se revela sem amor.
Se somos vítimas de nós mesmos, somos igualmente beneficiários da Tolerância Divina, que nos descerra os santuários da vida para que saibamos expiar e solver, restaurar e ressarcir.
Na retaguarda, aniquilávamos o tempo, instilando nos outros sentimentos e pensamentos que não desejávamos para nós, quando não estabelecíamos pela crueldade e pelo orgulho vasta sementeira de ódio e perseguição. Com semelhantes atitudes, porém, levantamos em nosso prejuízo a desarmonia e o sofrimento, que nos sitiam a existência, quais inexoráveis fantasmas. O pretérito fala em nós com gritos de credor exigente, amontoando sobre as nossas cabeças os frutos amargos da plantação que fizemos... Daí, os desajustes e enfermidades que nos assaltam a mente, desarticulando-nos os veículos de manifestação.
Laços de afetividade mal dirigida e cadeias de aversão aprisionam-nos, ainda, a companheiros encarnados e desencarnados, muitos deles em desequilíbrios mais graves e constringentes que os nossos. Nutrindo propósitos de regeneração e melhoria, somos hoje criaturas despertando entre o Inferno e a Terra, que se afinam tão entranhadamente um com o outro, como nós e nossos feitos.
A Lei Divina, alicerçada na justiça indefectível, funciona com igualdade para todos. Por esse motivo, nossa consciência reflete a treva ou a luz de nossas criações individuais. A luz, aclarando-nos a visão, descortina-nos a estrada. A treva, enceguecendo-nos, agrilhoa-nos ao cárcere de nossos erros.
O Espírito em harmonia com os Desígnios Superiores descortina o horizonte próximo e caminha, corajoso e sereno, para diante, a fim de superá-lo; no entanto, aquele que abusa da vontade e da razão, quebrando a corrente das bênçãos divinas, modela a sombra em torno de si mesmo, insulando-se em pesadelos aflitivos, incapaz de seguir à frente.
Definindo, assim, a posição que nos é peculiar, somos almas entre a luz das aspirações sublimes e o nevoeiro dos débitos escabrosos, para quem a reencarnação, como recomeço de aprendizado, é concessão da Bondade Excelsa que nos cabe aproveitar, no resgate imprescindível.“
Outro texto interessante para estudo se encontra na revista Reformador de dezembro de 1992, escrito por Ricardo di Bernardi.
“Abortos Aparentemente Espontâneos, Provocados Pelo Espírito”
Além dos abortos espontâneos, motivados em débitos cármicos do casal, que se associam às dívidas e desarmonias do Espírito reencarnante, outros fatores podem ser causa de aborto não provocado por interferência material.
Uma das causas que devem ser mencionadas é a relacionada à própria entidade reencarnante.
Como nós, seres viventes do planeta Terra, temos muitas vezes o temor à morte, os Espíritos, em muitas circunstâncias, temem abandonar uma situação que se lhes afigura estável, para mergulhar novamente na matéria, aprisionando ou anestesiando suas conquistas do passado. Em outras palavras, medo de nascer.
Espíritos que necessitam renascer com severas limitações físicas, frutos de alterações expressivas em sua constituição perispiritual, atemorizam-se ante uma perspectiva que custam a aceitar. Apesar de todo o trabalho dos mentores espirituais esclarecendo que a exteriorização deformante do corpo físico facilita a eliminação das anomalias em nível perispiritual, desde que acompanhada de uma postura mental saudável, os receios e as reações muitas vezes ocorrem.
Outros, embora nada tenham a temer com relação a deformidades físicas, travam intensa luta íntima, um conflito entre a razão que os faz renascer naquele lar e o sentimento de antipatia com relação a alguns dos seus membros.
Como sabemos, a ligação familiar freqüentemente é o palco dos reajustes do passado.
Vínculos pretéritos de desafetos que necessitam se perdoar, encontram na "anestesia" do pretérito a condição predisponente para a "cirurgia" psíquica que eliminará o "abscesso" do ódio.
Embora ocorram reencarnações compulsórias, necessárias para aqueles cujo primitivismo psíquico não permite a participação na escolha de suas provas ou expiações, na nova romagem física, normalmente o livre-arbítrio é preservado.
Todos nós, seres humanos, temos a possibilidade de escolher, acertar ou errar, avançar ou recuar. A liberdade que já conquistamos nas milhares de encarnações faculta-nos o ensejo de decidir. Decidir, porém arcando com o peso das conseqüências.
Há Espíritos que se posicionam mentalmente de forma reiterada na recusa psíquica a reencarnar. Acentuam esta posição à medida que se sentem retidos na malha fluídico-energética materna. Nos casos onde a dificuldade anterior de relacionamento era justamente com a mãe, a interpenetração energética entre ambos pode exacerbar a predisposição contrária ao renascimento. Acordam velhas emoções que dormiam embaladas pela canção do esquecimento.
Laços fluídicos que prendiam as emanações energéticas do perispírito da entidade reencarnante ao perispírito materno ou, já unidas, ao chacra genésico da futura mãe podem romper-se.
Nos casos em que a gestação já se fazia em curso, e o fluido vital do embrião em desenvolvimento se fundia com o corpo espiritual em processo de miniaturização, a súbita e intensa revolta do Espírito pode determinar a ruptura definitiva das ligações, deixando o futuro feto sem o Espírito.
Inviabiliza-se a gestação por falta do modelo organizador biológico.
Ocorre o processo do aborto tido como espontâneo, porém, na realidade, provocado pela recusa sistemática, enérgica e imatura do Espírito.
Perde ele, assim, uma grande oportunidade para superar-se a si mesmo e avançar celeremente rumo à felicidade.”
Muita PAZ para todos nós.
19-03-2013
