VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (130)
“Decepcionado com a recepção, como se tivesse sido enganado e aquele não fosse o lugar que esperava, perguntava quando iríamos à luta”.
A Vivência Mediúnica de hoje relata o atendimento a um guerreiro que se viu perdido por não encontrar, no outro, a beligerância que o alimentava.
Chega ser impressionante encontrar a lógica, nos nossos atendimentos, do ensinamento de Jesus de “dar a outra face”.
Responder com amor a raiva, responder com carinho a agressividade.
A história de hoje fala um pouco disso.
Ótima leitura para todos.
VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (130)
Há poucas semanas atrás fui intuída que o grupo mediúnico iria atender a uma turba de espíritos. Em noites que antecederam ao inicio desse trabalho, tive algumas percepções ao despertar, tais como a lembrança de estar em cavernas e em furnas, e rememorei algumas atividades feitas previamente nesses locais. Sentia a presença dos Amigos invisíveis e o alerta para “orar e vigiar”.
Os trabalhadores foram avisados e a disposição para servir estava nos nossos corações. Logo após a abertura do trabalho seguimos orando, e os Espíritos chegaram. A grande maioria demonstrava fúria e revolta contra a obra do Mestre Jesus.
Os médiuns e doutrinadores fizeram a sua parte, acolhendo-os como irmãos desviados, apacificando suas psicosfera. Alguns esperavam embates calorosos, com discussões pouco proveitosas, mas recebidos com respeito e calma, não encontraram o ambiente que esperavam.
Um dos espíritos com quem conversei sentia-se um guerreiro das sombras, com uma máscara tenebrosa, muitas armas e preparado para uma grande guerra.
Após exibir sua força, surpreendeu-se com a ausência de medo e belicosidade. Perguntava onde estavam os soldados do “Crucificado”, ansioso para lutar. Observei seu olhar a percorrer o ambiente, mais luminoso que o de seu costume, e, no pouco que enxergava dos trabalhadores espirituais da Casa, via algumas das Irmãs de Caridade.
Decepcionado com a recepção, como se tivesse sido enganado e aquele não fosse o lugar que esperava, perguntava quando iríamos à luta. Eu lhe disse que o maior combate que fazíamos era o combate interior, de melhorar as nossas, “minhas”, fraquezas. Corrigir os defeitos de caráter, esse sim era para mim o maior combate, o mais difícil, e essa luta era diária.
A observação inesperada e a “não-reação” o levaram a ficar atônito, e segundos depois achou que estivesse empregando algum tipo de magia para acalmá-lo.
Fui intuída que este espírito tinha adotado esse comportamento desde as perseguições da Inquisição, seguindo um determinado grupo do qual era um dos principais guerreiros.
Para tentar retornar ao estado de animo anterior, recomeçou a dizer algumas palavras, buscando entrar num estado hipnótico, repetindo quase incessantemente a palavra destruição, porém sem a força verbal do início. Fui tomada pela compaixão e orei à nossa Mãe Maria, à sua Misericórdia, para tocar o irmão seriamente transviado.
Visualizei no seu perispírito várias lesões, principalmente nos membros inferiores deformados e lhe disse que poderíamos levá-lo a uma casa de saúde. Ele disse que “já não tinha mais jeito não, e estava conformado”. Observou que sua aparência era horrível, contudo já se sentia mais humano.
Envolto em vibrações de paz, entregou as suas armas, desistindo daquela luta com um cansaço secular, e acabou por adormecer. A Espiritualidade Amiga encarregou-se de levá-lo para a devida assistência.
Continuamos o trabalho proposto e prossigo com o relato na próxima semana.
“Associando paciência e ação, brandura e energia - e às vezes mais energia na brandura - sigamos à frente, convencidos de que o Senhor não nos desampara.”
Bezerra de Menezes
Muita Paz para todos nós,
Francesca Freitas
13-05-2013