VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (134)

07/07/2013 21:44

A Vivência Mediúnica de hoje reflete a respeito da humanidade, do ser humano.

Para tanto se utiliza de trechos do livro : A Grande Batalha” de Pietro Ubaldi, traduzido por Carlos Torres Pastorino.

Que todos tenham uma salutar leitura, repleta de introspecção.

Muita paz.

 

 

VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (134)

  

O encontro com o espírito determinado à manter-se na treva, treva esta do egoísmo atroz que o compelia a agir de modo animalesco, como um parasita que suga energias para sobreviver, me fizeram refletir a respeito da humanidade.

É certo que há uma diversidade quase infinita de tipos de seres vivos, e uma grande distancia biológica do micróbio ao homem. Mas, nos degraus mais iniciais da vida humana, este ser diferencia-se de um animal posto que sua consciência, mesmo a mais rudimentar, é aparelhada do raciocínio e livre-escolha.

Nada melhor que a consulta a grandes pensadores e Espíritos nobres que se defrontaram com estas questões para ampliar nossa compreensão.  Para tanto escolhi trechos do livro : A Grande Batalha” de Pietro Ubaldi, traduzido por Carlos Torres Pastorino, grifos e parênteses nossos.

 

“As observações que vamos fazendo nos dei­xam compreender qual seja a atual posição do homem ao longo da escada da evolução, e qual seja a função biológica que em sua vida representam os princípios ideais da ética e das religiões.

A atual fase do homem é a do ser que está cumprindo os primeiros passos para sair da animalidade. Por isso, com relação ao tipo excepcional, que algumas vezes aparece na terra, que saiu da ani­malidade, e que havemos denominado o evolvido (evoluído), o outro tipo, o mais comum é representado por aquele que chamamos de involvido (involuído).

Trata-se de maior ou menor caminho percorrido, de posições diversas no caminho da evolução.

Mas todos permanecem irma­nados num organismo único, em que os poderes maiores dos mais adiantados importam em maiores deveres em benefício dos mais atrasados.

Todavia o tipo verdadeiramente homem, no sentido de já se ha­ver distinguido completamente da animalidade, é re­presentado pelo evolvido, enquanto do outro lado, debaixo da média, o selvagem e o delinquente repre­sentam o tipo que permaneceu ainda quase total­mente no plano da animalidade.

Notamos, pois, estas graduações:

1º)  O ser exclusivamente animal, que precede evolutivamente o aparecimento do homem ao longo da escala zooló­gica;

2º) O tipo selvagem ou o delinquente, que re­presenta o homem que, não obstante morfologica­mente parecido com o homem, permaneceu ainda substancialmente no estado animal;

3º)  O tipo huma­no dominante que representa  uma transformação, mais ou menos adiantada, do animal em homem;

4º)  O tipo hoje super-humano, excepcional, que, porém, constituirá o tipo normal humano do porvir, represen­tativo da transformação completa do animal em homem.

 

É destes, dois últimos tipos que nos ocupamos aqui, denominando involuído o terceiro e evolvido o quarto. Eis a posição do homem atual.

Não se pode deixar de reconhecer que ele é guiado pelos instintos, o que o coloca na posição biológica da animali­dade. Nisto ele acompanha quase automaticamente o que a sabedoria da vida impõe aos primitivos igno­rantes, para fazê-los cumprir o que corresponde aos seus fins.

Neste terreno o homem obedece como os animais, sem saber as razões e sem perceber os fins daquilo que faz. Todavia, embora isto seja verdadei­ro, é preciso reconhecer que este não é o homem to­tal.

Os moventes psicológicos que movimentam o involuído são os instintos. Não possui ele, ainda, o conhecimento que o oriente na ação, iluminando-o acerca das consequências de seus próprios atos.

Não formou, ainda, uma consciência para autodirigir-se com inteligência no seio das leis que regem o universo e, pois, sua própria vida.

Debate-se, por tentativas, num mundo de que não conhece a estrutura íntima, as razões da existência e as finalidades a alcançar.

É, ainda, um menino que procura e experimenta. Mas, se não conhece o caminho, como se pode diri­gir?

Deixa-se por isso, conduzir pelos instintos que representam a consciência elementar adquirida no passado, na fase evolutiva precedente, que é a da ani­malidade.

Nos casos onde o indivíduo não alcançou ainda uma autonomia consciente de si mesmo, sufi­ciente para que possa dirigir-se de per si, é a consci­ência da vida que funciona para ele, dirigindo-o, como se faz com os meninos.

Ele não toma ainda parte nas diretivas da vida, como fará depois quando esti­ver bastante maduro; não é, ainda, operário de Deus, colaborante orgânico no funcionamento do universo.

O homem atual acredita estar mandando. Mas como pode fazê-lo quem ainda não conhece a máquina que deve dirigir?

Re­presentam estes a mola para a continuação da vida: a fome, para a conservação individual, o amor, para a conservação da espécie, o instinto de expansão e progresso, para a evolução do ser; tudo vivido con­forme a lei biológica da luta tendente a seleção do mais forte, daquele que representa o tipo que a evo­lução quer produzir naquele plano e que, por isso, naquele nível é o melhor, o ótimo entre os valores, ainda que, depois, com o deslocamento da escala dos valores evolutivos, em outros planos de vida, ele pos­sa representar um involuído retrógrado, considerado um pior.

 

De outro lado encontramos o tipo biológico do evolvido.

Os impulsos que o movem são diversos. Continua ele possuindo seus instintos, filhos de sua passada animalidade, mas ele os conhece; sabedor de suas finalidades, domina-os e os dirige. Havendo alcançado o conhecimento, pode, agora, mandar em vez de obedecer.

O evolvido é aquele que alcançou a verdadeira liber­dade que somente o conhecimento pode outorgar. É a liberdade de autodirigir-se conscientemente e não aquela de obedecer aos próprios instintos.

A consci­ência alcançada o conduz ao uso dessa liberdade na espontânea adesão à lei de Deus, tomando-se seu operário para colaborar no funcionamento do uni­verso.

Este será o tipo de homem que a evolução pro­duzirá no futuro, um homem que saberá dirigir cons­cientemente e com conhecimento, não só a sua vida, mas que poderá tomar as diretrizes do fenômeno da evolução no seu planeta.

O seu progresso ascensional leva para uma sempre maior conquista de liber­dade e de comando.

Neste plano subsiste a luta, mas ela toma formas e finalidades diversas.

A luta não se destina a selecionar o biótipo do mais prepotente, do dominador egoísta, do destruidor anti-social do bem alheio; não se trava para fortalecer-nos na animalidade, mas para, ultrapassá-la e dela sair para formas de vida superiores.

 

A luta, nesse caso, não existe para satis­fazer os instintos, mas para submetê-los não para dominar, mas para domar a própria animalidade; não para conquistar um poder por exclusiva vantagem pessoal, mas para a coordenação orgânica de todos, exercendo, quando necessário, também o poder, mas como missão em favor de todos.”

 

 

https://www.ubaldi.org/obra/livros/a-grande-batalha

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