VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (90)

03/05/2012 07:05

A Vivência Mediúnica de hoje da uma pausa nos estudos sobre os amores para relatar dois atendimentos que deixam bem claros a existência do corpo perispiritual, e como as impressões deste podem se manter por longo tempo.

Tal estudo é importante para compreendermos como este corpo é impregnado pelas impressões próprias do espírito, principalmente quando, subitamente, nos observamos num outro plano existencial, desconhecendo desta nova realidade.

Que nós estejamos sempre preparados para essa nova realidade, cientes da nossa evolução espiritual e engrandecimento do ser.

Um lindo dia para todos.

 

 

 

VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (90)

 

Retomo hoje a experiência obtida com os atendimentos na nossa casa, dando uma pausa na serie que investiga mais diretamente “os amores”.

À despeito da divulgação na mídia, principalmente no nosso século XXI, em filmes, novelas, livros e romances diversos de caráter espiritualista ou espirita, ainda é grande o desconhecimento acerca da  imortalidade da alma.

Mais recentemente, há talvez 2 ou 3 anos, muitos filmes brasileiros e alguns americanos expõem o tema com histórias muito interessantes, trazendo para um público variado, inclusive de faixas etárias abrangentes, a possibilidade de uma reflexão maior sobre a morte, desencarne ou desenlace. Nomes e nomes se apresentam para a passagem do plano carnal para um plano espiritual, contudo com elementos materiais, ainda que de matéria “sutil”, na falta de uma terminologia adequada.

 

Muito do sofrimento vivenciado pelos espíritos recém-desencarnados ocorre por completo desconhecimento do seu estado, entrando na negação e/ou medo por falta de informação acerca da nova realidade.  Além disto, a “novidade” para o espirito semiconsciente ou inconsciente da presença do seu corpo perispiritual, com sua densidade e características plásticas, deixa muitos irmãos atônitos.

Conto dois casos que evidenciam o problema, onde a disfunção no corpo perispirítico é o principal fator de sofrimento.

 

Estava ao lado de uma médium, nos momentos iniciais do trabalho, quando percebi um odor desagradável, como um “cheiro de queimado” e, enquanto olhava a sala me perguntando de onde viria, a trabalhadora encarnada fez uma conexão com este espírito.

Na minha tela mental visualizei um jovem adolescente, aparentando idade de 11 a 12 anos, com o corpo muito ferido por queimaduras graves.

Dizia: “Meu corpo dói todo, o que é isto? Estou todo queimado! Socorro, socorro!

Alguém me ajude, estou queimando!”.

Repetia a mesma frase initerruptamente, como uma gravação e parecia não me escutar.

 

Envolvido pelas vibrações da prece amorosa, acalmou-se, e pude observar que ele repetia, ou melhor, vivenciava uma cena mental, de estar numa pequena casa, fábrica irregular de fogos, que explodia e ele tentava sair, envolvido em chamas. Corria até uma local descampado, chorava, dormia e voltava àquela cena.

Seu corpo perispiritual estava impregnado das sensações físicas inerentes àquela situação trágica.

Eu lhe disse que estava trabalhando com enfermeiras e médicos, e que tínhamos sido informados do incêndio. Aí ele passou a me ouvir, e embora com medo de uma dor maior ainda, disse que deixaria que fizessem um curativo nele, com a condição que fosse “bem devagar, e se tiver doendo você promete que para, cuidado.... tenho medo.”

Após a aplicação de remédio para dor via inalatória, começou a ver os trabalhadores desencarnados, que o envolviam em faixas de uma gaze tênue, de brilho discreto.

Esclareci que, como os ferimentos eram extensos, precisava ir até o hospital. Concordou, porém temendo pela sua vida: “ não sei se vou viver.... isso vai demorar, acho que estou com pedaços de carne podre nas pernas, sinto o cheiro!”

Deitado numa maca, levantava a cabeça e olhava para seu próprio corpo enfaixado com pena. Disse estar com sono, e antes de me despedir lhe informei que seria muito bem cuidado e que, sem pressa, iria se recuperar. 

Após o atendimento a médium me disse que estava sentindo, minutos antes da conexão, sensação de ardor nas pernas, que cessou.

 

Vamos até o segundo relato, onde a causa de sofrimento também era física.  Estava com a mesma médium quando aproximou-se o espírito de uma jovem de vinte e poucos anos.

Dizia estar numa estrada e que o ônibus tinha caído “lá embaixo”.  Conta que se arrastou e foi até o acostamento, mas ninguém parava. Já tinha gritado e pedido socorro com todas as suas forças, mas os carros passavam e parecia que ninguém a enxergava.

Esclareci que estava trabalhando numa equipe de resgate, e estão ela me disse que, por favor, buscasse a perna dela que estava nas ferragens. Não aceitava ir ao hospital sem a perna, do jeito que tivesse, ela queria a perna.

Além disso, queria que fôssemos até o ônibus, dizendo “pode ter gente morta lá, pois foi um acidente muito feio!”

Os trabalhadores espirituais ajudaram, trazendo “a perna” danificada, enquanto permitia que os cuidados básicos fossem realizados, recebendo um “soro com medicamentos”. 

Daí, aceitou ser transportada, mais asserenada e confiante na possibilidade de uma cirurgia para reimplante do membro.

 

Observamos que o corpo perispiritual ou corpo espiritual refletira as sensações do espírito e, pela sua plasticidade, assumira características mais ou menos saudáveis.

 

O espírito André Luiz no livro Evolução em Dois Mundos, psicografia de Chico Xavier, nos dá uma boa conceituação desse corpo sutil:

 

Para definirmos, de alguma sorte, o corpo espiritual, é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque, na realidade, é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental que lhe preside a formação.

Do ponto de vista da constituição e função em que se caracteriza na esfera imediata ao trabalho do homem, após a morte, é o corpo espiritual o veículo físico por excelência, com sua estrutura eletromagnético, algo modificado no que tange aos fenômenos genésicos e nutritivos, de acordo, porém, com as aquisições da mente que o maneja.

Todas as alterações que apresenta, depois do estágio berço-túmulo, verificam-se na base da conduta espiritual da criatura que se despede do arcabouço terrestre para continuar a jornada evolutiva nos domínios da experiência.

Claro está, portanto, que é ele santuário vivo em que a consciência imortal prossegue em manifestação incessante, além do sepulcro, formação sutil, urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa e plástica, em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, à face do sistema de permuta visceralmente renovado, se distribuem mais ou menos à feição das partículas colóides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço segundo a sua condição específica, e apresentando estados morfológicos conforme o campo mental a que se ajusta.”

 

Encerro hoje deixando com os leitores o relato, para refletirmos acerca da integridade do corpo perispiritual, que é impregnado pelas impressões próprias do espírito, quando subitamente se observa num outro plano existencial, desconhecendo esta possibilidade.

 

Muita Paz para todos nós.

Francesca Freitas

02-05-2012

 

 

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