VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (94)
O atendimento a um espírito, apresentado na Vivência Mediúnica de hoje, é um alento para todos, no sentido de que sempre podemos ir além das limitações que nos impomos na construção da nossa personalidade.
É verdade que muitas destas limitações advêm do nosso contesto, das nossas experiências, mas, a cada dia, devemos realizar um processo de desidentificação, nos abrindo para o Ser, sempre presente, mas novo ao nosso olhar.
Que tenhamos, todos, um dia repleto do novo.
Muita paz.
VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (94)
Já estávamos próximos de finalizar a primeira parte do serviço programado para aquela noite de trabalho mediúnico, quando o médium ao meu lado percebeu uma presença “diferente”. Procurei aguçar minha sensibilidade e envolvê-lo numa vibração de recepção amorosa.
Quando o Espírito conectou-se ao perispírito do médium, percebi sua violência e ira. Parecia debater-se numa espécie de barreira magnética que continha seus membros, especialmente seus braços, que movimentava incessantemente.
Disse-me, num tom de voz alto e raivoso, que não era para estar ali, e que eu o tinha atrapalhado. Falava muito, como se acreditasse que eu teria medo dele. Recitou inúmeras ameaças, dentre elas, de que iria destruir tudo ali complementando com a “famosa frase”, você não sabe com quem está falando!.
Eu apenas escutava, vibrando para que a Misericórdia Divina o alcançasse, aguardando a dissipação do seu rancor.
Depois de breves minutos do seu desabafo, perguntou-me: “- Você aí não vai dizer nada?”
Respondi-lhe que não quis interrompê-lo, pois o estava escutando. Percebi que já estava mais calmo e um pouco menos agressivo.
Em seguida fomos conversando e, nesse ínterim, as “amarras magnéticas” desfizeram-se.
Relato, de modo sucinto e com minhas palavras, o teor do nosso diálogo e as percepções que tive durante esse atendimento.
Esse Espírito, que identifico como Sr. M., estava desencarnado já há alguns anos, em estado de semiconsciência. Não tinha lembranças bem claras da sua última encarnação, nem tampouco do estado de desencarnado. Sentia-se vivo, porém numa condição “estranha”.
Sr. M. habitava um local no mundo espiritual, ligado a uma “casa” no plano material, onde lhe mandavam executar trabalhos e, a cada tarefa desempenhada, havia a recompensa de comida e bebida. Relatou que havia muitos outros como ele naquele local.
Disse que estava cansado daquela “vida”, mais que aquela era a vida que ele tinha e que “não tinha mais jeito não!”.
Disse achar estranho o ambiente da nossa Casa de Caridade, além do que, estava sendo ouvido. Estranhava não o temos o expulsado e nem brigado com ele, diferente do que ele esperava, pois “estava pronto para a guerra, para a briga, pois tenho muita coragem....” e, de algum modo, seu descontentamento com a ausência de conflito transformou-se em outras emoções.
Após lhe informar da nossa Instituição, ele disse que ali não era ambiente para ele.
O Sr. M. disse: “- Dona, eu só sei brigar e destruir, me disseram que só posso fazer isso e eu não sei fazer mais nada na vida, e nem sirvo mais para nada, mais para quebrar eu sou bom!
Se eu não fizer isso, onde vou morar, o que vou comer?
Se eu ficar aqui você não vai me pedir a mesma coisa?”
Intuída pelos Mentores, lhe disse que ninguém fica sem um trabalho justo, se há uma disposição sincera em auxiliar e ser auxiliado, pois todos somos Filhos de Deus, e que ele também o era.
Uma vez que trabalhou tanto com forças destrutivas, poderia também empregar sua força e disposição físicas para outros fins. Era um ser inteligente e poderia aprender a realizar outros serviços. Finalizei afirmando com o coração de que nós acreditávamos nele.
De alguma maneira, esta última frase acendeu uma pequena luz de esperança no seu Espírito.
As vibrações amorosas que absorveu e os passes dos benfeitores espirituais foram modificando sua psicosfera. Observei, então, o Sr. M. como um senhor jovem de trinta e poucos anos, moreno, altivo e muito forte, a despeito da face sofrida.
Aceitou que eu lhe aplicasse um passe no chackra cardíaco e aquiesceu a solicitação de adentrar à nossa Instituição Espiritual, enquanto era esclarecido.
Nesse momento, senti como que estivéssemos transportados da Casa de Caridade, olhamos o jardim e, depois, um amplo pátio, onde havia um movimento grande de pacientes sendo transportados em macas.
Sr. M. já via os trabalhadores espirituais ocupados, e lhe apresentei a um deles. Concordou dizendo: “- Vou ficar um tempo para ver.....”
Despedi-me e tive a intuição de que, após os esclarecimentos iniciais devidos, poderia ser aproveitado no trabalho do setor de transporte, ajudando os maqueiros.
Após o desligamento energético, o médium e eu estávamos emocionados e agradecidos à Misericórdia Divina pela oportunidade.
Compartilharei minhas observações pessoais na próxima semana.
Muita PAZ para todos nós!
Francesca Freitas
06-06-2012